Frances Farmer will have her revenge
hangover
manhã violenta. resultado da mistura cerveja+ervas+vinho da noite anterior. meu corpo está sempre me lembrando que não sou mais a teenager rê bordosa de dez anos atrás. mas eu ainda tento. e, obviamente, falho.
o quarto tomado por taças sujas de vinho. aquela borra vermelha colada no fundo. com a luz da manhã dá para ver o estrago. vela derretida em inúmeros pontos do carpet. cinzas e cigarros. engulo várias aspirinas com suco de tomate para aliviar a tensão e começo a função limpeza.
e aí, depois da missão cumprida, você pensa: what i need is to soak in a hot tub. rigth? mas, porém, contudo, entretanto a luz ainda não foi reestabelecida e é impossível enxergar qualquer coisa no banheiro. básico. aqui não temos janela no quarto de banho.
laugh
já na rua e sem destino, resolvo descer a pé até camden town. mas, você sabe, sou preguiçosa. avisto o primeiro ponto de ônibus e espero o 20. o 10 pára e entro. o conductor (gordo e baixinho e sujo e com a barba por fazer) vem me cobrar. entrego uma moeda de dois pounds e digo que vou descer em camden road. ele me entrega o recibo de 70 pence, devolve 30 e se manda para cobrar a garota sentada no banco da frente. “hey sir, i gave you 2 pounds.” ele me olha como se não tivesse entendido. olha para os lados e - só depois de eu repetir a frase por umas cinco vezes - resolve me dar o troco certo. babaca. querendo tirar um troco em cima da bloody foreigner.
ok. rota errada. desço em algum ponto nada familiar. caminho. caminho e não acho a direção. 40 minutos dou de cara com a estação de kentish town. tá vendo, meu senso de direção nem é tão ruim assim. encontro um café simpático no meio do caminho. capuccino gigante, carrot cake e o evening standart. preciso de pouco para me sentir bem. mas já falei que os tablóides daqui são uma piada. um dos assuntos quentes para eles nesta semana é o fato da bbc estar sendo acusada de ter feito uma “informal coverage of royal death”. o príncipe charles se disse muito chateado com a cobertura e considerou o trabalho da corporação uma falta de respeito. sabe por quê? porque seus repórteres não usaram black ties durante a cobertura da morte da rainha mãe. isso, black ties. é sério. ria, ria comigo. ria alto. ria mais.
like a soul without a mind in a body without a heart i'm missing every part
empty
pois é. estou assim. num vazio mental e, consequentemente, incapaz de grandes considerações acerca de qualquer matéria. a coisa não flui e aí fico nesse umbiguismo sem-vergonha.
momento guia turístico
então fui lá no número 20 da maresfield gardens. na casa de tijolinho vermelho (óbvio quando se fala de londres) onde o freud morou por um ano antes de morrer. a casa virou museu depois que a filha dele, a ana freud, morreu em 1982. fiz visitinha rápida – não estava no mood insigth. mas enfim, está tudo lá. o divã coberto por tapetes turcos, a cadeirinha verde que ele usava, os brinquedinhos eróticos que ele colecionou vida afora e home movies onde você vê o pai da psicanálise hanging around.
como estava com uma preguiça imensa, acabei não indo ver a casa da k.m.